Américas
Equador
-
Ranking 2024
110/ 180
Nota: 51,3
Indicador político
120
39.57
Indicador econômico
94
43.33
Indicador legislativo
92
60.77
Indicador social
136
47.38
Indicador de segurança
106
65.48
Ranking 2023
80/ 180
Nota: 60,51
Indicador político
66
60.52
Indicador econômico
33
61.60
Indicador legislativo
58
70.13
Indicador social
93
61.55
Indicador de segurança
128
48.76

No Equador, o jornalismo opera num clima de crescente insegurança, autocensura e hostilidade, marcado pela ascensão de gangues criminosas e cartéis de drogas, bem como pela multiplicação de agressões, ameaças, atentados e até assassinatos.

Cenário midiático

El ComercioEl Universo são os dois principais jornais do país, onde o clima de insegurança e as dificuldades econômicas afetam a prática do jornalismo. Embora os meios de comunicação online tentem assumir o jornalismo investigativo, seus modelos de negócio ainda não são suficientemente fortes, como prova o recente encerramento do site de notícias Los 4 Pelagatos.

Contexto político

Os três mandatos consecutivos de Rafael Correa (2007-2017) foram dramáticos para a liberdade de imprensa. O ex-presidente nunca deixou de controlar a agenda midiática e transformou os veículos públicos em veículos de estado,  não hesitando em atacar pessoal e publicamente a imprensa crítica, gerando inúmeros conflitos entre as autoridades e a imprensa independente. Depois de uma crise institucional sob o governo Lasso, novas eleições, durante as quais o candidato – e ex-jornalista – Fernando Villavicencio foi brutalmente assassinado, levaram Daniel Noboa ao poder, em 2023. Apesar do regresso a uma relativa normalização das relações entre o governo e alguns setores da imprensa, observa-se uma nova escalada de tensões e de polarização política.

Quadro jurídico

A lei orgânica de comunicação (LOC), promulgada em 2013, foi desviada de seu objetivo e é usada regularmente contra os jornalistas. Ela era usada principalmente para justificar demissões, processos por difamação ou multas impostas a repórteres. Porém, ao longo do mandato de Guillermo Lasso, os aspectos mais críticos da LOC foram reformados: por exemplo, a remoção da noção de “linchamento midiático” e a função de superintendente de comunicação, bem como do artigo 10 sobre a regulamentação ética do exercício do jornalismo.

Contexto económico

O modelo de negócio dos meios de comunicação tradicionais foi duramente atingido por uma série de fatores políticos e econômicos agravados pela pandemia de Covid-19. Muitos jornais, como La Hora ou o diário público El Telégrafo, abandonaram sua versão em papel pelas edições online, muitas estações de rádio eliminaram seus espaços noticiosos e até o principal jornal diário, El Comércio, demitiu um grande número de seus funcionários. O número de sites de notícias está em ascensão, mas o seu modelo econômico ainda precisa ser consolidado.

Segurança

Os últimos anos foram difíceis para o jornalismo equatoriano, com aumento das agressões, devido ao aumento da criminalidade relacionada com as drogas, mas também à atmosfera pré-eleitoral. As frequentes ameaças de morte contra jornalistas e os ataques contra redações testemunham a violência estrutural e a impunidade que afetam a profissão e, de forma mais ampla, a sociedade equatoriana. Em zonas fronteiriças como as províncias de Esmeraldas e El Oro, e em portos onde operam cartéis, o reflexo da autocensura é cada vez mais difundido entre os jornalistas locais, criando “buracos negros de informação” em diversas regiões do país. A tomada de reféns jornalistas e funcionários do canal TC Televisión por um grupo de traficantes de drogas, em Guayaquil, em 2023, é sintomática da onda de violência contra a imprensa no país.