Ranking 2024
101/ 180
Nota: 53,23
Indicador político
60
56.34
Indicador econômico
39
58.33
Indicador legislativo
127
49.04
Indicador social
94
60.42
Indicador de segurança
137
42.02
Ranking 2023
97/ 180
Nota: 57,57
Indicador político
59
62.71
Indicador econômico
45
57.52
Indicador legislativo
132
47.17
Indicador social
58
76.14
Indicador de segurança
134
44.30

O panorama midiático israelense foi impactado pela nomeação do novo governo no final de 2022, liderado por um movimento político conservador. Desde o início da guerra em Gaza, desencadeada pelo exército de Israel em 7 de outubro de 2023, em resposta ao ataque mortal do Hamas, mais de 100 jornalistas foram mortos em seis meses pelo exército israelense no enclave palestino, enquanto a pressão sobre os jornalistas em Israel só aumenta. Multiplicaram-se as campanhas de desinformação e as leis repressivas.

Cenário midiático

Em 2023, o canal de televisão de extrema direita Channel 14 tornou-se o segundo canal mais assistido em Israel, depois do Channel 12Ynet é o site de notícias mais lido do país e o diário Haaretz tem influência considerável, apesar de um número limitado de leitores e das pressões que os seus jornalistas enfrentam. Outros jornais diários que competem na imprensa escrita: Yedioth Ahronoth e Israel Today (Israel Hayom). Confrontados com a baixa representação nos meios de comunicação de certos segmentos da população de Israel, surgiram órgãos de imprensa dedicados especialmente aos públicos de língua árabe e russa, bem como à comunidade judaica ortodoxa.

Contexto político

Personalidades políticas têm uma influência significativa nas nomeações para órgãos reguladores da radiodifusão. O Channel 14 é conhecido por ser um veículo de comunicação que oferece uma cobertura muito favorável ao Primeiro-Ministro, com poucas vozes críticas. Desde o início da guerra com o Hamas, a maioria da imprensa israelense tem transmitido cada vez mais a propaganda das autoridades a favor da guerra e as vozes críticas têm sido dificultadas. A cobertura da guerra em Gaza é amplamente evitada: apenas jornalistas agregados ao exército israelense estão autorizados a entrar no enclave.

Quadro jurídico

Devido à censura militar israelense, as reportagens sobre diversas questões de segurança devem ser previamente aprovadas pelas autoridades. Além da possibilidade de ação civil por difamação, os jornalistas também podem ser acusados de difamação criminal e de “insultar um servidor público”. Em 2023, o Parlamento aprovou uma alteração à lei antiterrorismo que pune quem “consome sistemática e continuamente publicações terroristas” ou quem transmite “um apelo direto para cometer um ato de terrorismo”. Sua interpretação ampla num contexto de guerra acarreta riscos para a liberdade de imprensa. Uma segunda lei, aprovada pelo parlamento em 2024, permite a proibição da transmissão de meios de comunicação estrangeiros que ameacem a segurança do Estado. 

Contexto económico

A maior parte da mídia em Israel é propriedade de grandes corporações ou de empresários, que são difíceis de investigar e que a utilizam para pressionar reguladores e autoridades eleitas.

Contexto sociocultural

Os jornalistas israelenses identificados como árabes enfrentam mais intimidação ao exercer seu trabalho. Desde o início da guerra em Gaza, a repressão das autoridades contra esses jornalistas aumentou, mas também contra jornalistas estrangeiros ou israelenses que tentam cobrir a guerra em Gaza desviando-se da narrativa do governo. Redes do crime organizado agem para restringir a cobertura das suas atividades criminosas e, na imprensa ultraortodoxa, as mulheres são quase completamente excluídas.

Segurança

Os ataques do crime organizado e a brutalidade policial durante os protestos são as principais preocupações para a segurança dos jornalistas em Israel. As repressões contra jornalistas que cobrem protestos antigovernamentais intensificaram-se desde que o Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, um político de extrema direita, assumiu o controle da polícia no final de 2022. Em 7 de outubro de 2023, um repórter foi morto no cumprimento do dever durante o ataque do Hamas, e os jornalistas árabes que cobriam a guerra a partir de Israel são alvo de ameaças. Dezenas de jornalistas presos na Palestina estão detidos em prisões israelitas.