Luta contra a Covid-19 na Guiné-Bissau: jornalista espancado durante manifestação

A Repórteres sem Fronteiras (RSF) denuncia a agressão e a detenção de um jornalista durante a cobertura de uma manifestação de estudantes que se opunham às novas restrições sanitárias ligadas à pandemia de coronavírus na Guiné-Bissau.

Ao cobrir uma manifestação, o jornalista da rádio privada da Guiné-Bissau Bombolom FM, Souleymane Seidy, foi espancado por um policial e mantido sob custódia por várias horas até ser finalmente libertado na quinta-feira, 28 de janeiro. O repórter fazia a cobertura de uma marcha pacífica que reunia centenas de pessoas que se opunham ao fechamento de escolas em Bissau, a capital, no âmbito da luta contra a propagação da pandemia de Covid-19 no país.   

 

Segundo informações levantadas pela RSF, o repórter, que estava com sua carteira de imprensa, entrevistava manifestantes quando foi detido por um policial que primeiro ordenou que ele se afastasse da manifestação, depois o espancou violentamente, antes de prendê-lo.

 

Na véspera, Souleymane Seidy havia participado de um programa na Bombolom FM que abordou a suspensão, pelo prazo de um mês, das aulas em escolas públicas e privadas do país, decretada pelo presidente Umaro Embalo Cissoko.

''Denunciamos veementemente a intolerável prisão e agressão de um jornalista no exercício de sua profissão, declarou o diretor do escritório da RSF para a África Ocidental, Assane Diagne. O combate à pandemia não pode justificar a repressão aos profissionais da informação, cujo papel é mais essencial do que nunca. Instamos também as autoridades da Guiné-Bissau a conduzirem uma investigação para punir o autor do ataque.''

Desde o início da crise sanitária, a RSF registrou mais de 100 ataques à liberdade de imprensa na África Subsaariana. Os abusos cometidos contra jornalistas e meios de comunicação apresentaram um forte aumento no auge da crise, entre março e maio de 2020, e foram registrados em quase dois terços dos 48 países da região.

 

A Guiné-Bissau ocupa o 94º lugar entre 180 países listados no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa estabelecido em 2020 pela RSF.




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Updated on 29.01.2021